Continuando nossa rápida exposição sobre o Budismo, iniciemos com o que vai levar você às próprias conclusões:


12-07-2012

 “Disse Buda: -  O que eu ensinei, Malunquiaputra? Expliquei o sofrimento, a origem dele, sua cessação e o caminho que leva ao fim do sofrimento”.

 É por isso que não existe no budismo uma explicação sobre a origem do universo e do homem. O budismo é prático, concentrado na solução do sofrimento humano. A doutrina de Buda tem uma síntese: as Quatro Nobres Verdades:

 1ª) Nascer é sofrimento, envelhecer é sofrimento, adoecer, morrer, tristezas, lamentos, dor, amarguras e desespero são todos sofrimento; estar perto de quem não queremos e longe de quem gostaríamos de ter perto, é sofrimento.  “O sofrimento existe, e não o sofredor. Os atos, sim, existem, mas não o seu ator”.

 2ª) Os desejos são a origem dos sofrimentos. São uma sede que causa o reexistir (carma), liga-se ao ‘querer satisfação’, mas que sempre volta,  numa roda de eternas reencarnações (o samsara).

 3ª) Para eliminarmos o sofrimentos, devemos cortar sua origem: as vontades (carma). Assim é que se atinge o nirvana (extinção do ódio, da ilusão, da sede, do carma).

 4ª) O caminho que leva ao nirvana é o Caminho do Meio, evitando os extremos na procura da felicidades nos prazeres ou na mortificação deles. Esta conduta tem 8 Caminhos que facilitam seu entendimento: Conduta Ética (palavras corretas, ação correta, meio de vida correto), Disciplina Mental (esforço correto, intuições profundas sobre a verdade última - samadhi, esforço correto para evitar o mal, reflexão quanto ao mundo interior e Sabedoria(pensamento correto – não-violência  e compreensão correta- não se iludir.
Cada uma das Quatro Nobres Verdades contém diversos tópicos de aprofundamento, que vocês podem obter em livros e sites especializados no assunto. O “Darmaphada, a Doutrina Budista em Versos”, de Fernando Cacciatore de Garcia, L&PM Pocket é um ótimo início. Está traduzido diretamente do páli (língua original do budismo).

 Perceba que , seguindo as Verdades, então... não se pode fazer nada que prejudique aos outros (comércio de armas, de animais, de venenos, de tóxicos – inclusive o álcool) ou a si mesmo (consumo de substâncias que alteram o estado mental, maltratar animais ou pessoas, enriquecer ilicitamente, por exemplo).

 Esta conduta espiritual inclui a meditação, para facilitar as coisas. Em páli, diz-se bhavana (desenvolvimento, cultivo). Não é procurar um estado mental maravilhoso, sentimentos místicos, nem descanso. Você vai buscar purificar a mente do ódio, da ilusão e das vontades. Tudo pra atingir o nirvana. 

 Do contrário, você cairá novamente na armadilha da ilusão. Vai sofrer, se revoltar, se entristecer, se empolgar, desiludir-se e girar esta roda um sem-número de vezes.  Claro que para se desacostumar a esta samsara você  caminha pacientemente em estágios, orientado por quem já percorreu a estrada.  Note que é necessário disciplina, obediência e, para alguns, uma certa renúncia – todas características das culturas orientais, que consideram estas atitudes como valores em alta conta.

 Espero que agora você esteja mais à vontade pra discutir sobre Budismo. E, se acaso tenha despertado um interesse por ela, siga seu coração.  Namastê! 


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